Cores e sabores da Comunidade Solar do Unhão

Quem nunca fica namorando aquela vista da Baía de Todos-os-Santos quando passa pela Avenida Contorno? Numa breve pesquisa feita lá em nosso perfil no Instagram, esse pedacinho da cidade foi o mais mencionado quando perguntamos qual o local mais bonito de Salvador!

Que vista privilegiada, hein?

Infelizmente, muitos de nós mantemos um namoro à distância, apenas nos contentando em admirar aquela vista por trás das janelas dos carros e ônibus. Eu era uma dessas pessoas, até que um dia resolvi conhecer mais de perto esse lugar que me tirava o fôlego: desci a Gamboa e explorei a colorida Comunidade Solar do Unhão.

A região não tem o melhor dos acessos para quem vai de transporte público, então o caminho que muitas pessoas fazem é pegar o Campo Grande e descer ali pelo Largo dos Aflitos, indo em direção ao Museu de Arte Moderna (MAM). Chegando lá, não tem erro, basta seguir em direção às casinhas coloridas, e, caso tenha dúvidas, certamente alguém no caminho irá lhe ajudar. “Mas Larissa, a Gamboa não é perigosa?”. Assim como em qualquer lugar da cidade, há sim seus problemas de segurança, mas o que vimos é uma comunidade unida, receptiva e acolhedora, que através da arte está se reinventado e se destacando.

O local conta com uma biblioteca comunitária!

O pessoal do  MUSAS (Museu de Street Art de Salvador) é um dos principais responsáveis por essa reinvenção do local. Formado por grafiteiros, pintores e artistas plásticos, o movimento ocupa de forma independente a comunidade, promovendo iniciativas artísticas e culturais para moradores e população. Além de fomentar a arte e cultura, um dos objetivos é  movimentar a região, trazendo visibilidade e apoio à economia local. E foi assim que conhecemos um dos principais motivos dessa visita: o Re-réstaurante de Dona Suzana, que tem esse nome peculiar por conta de uma suposta gagueira da sua dona.

Dona Suzana e seu RéRestaurante

Enquanto passeávamos pelo local, nos deparamos com muitos moradores conversando em suas portas,  como aquele clima gostoso de interior, sabe? E foi trocando ideia com um e com outro que descobrimos como chegar ao famoso destino. O Ré-restaurante é bem simples, assim como sua dona. Com apenas algumas mesinhas localizadas em frente a sua casa, Dona Suzana recebe visitas de gente de tudo que é canto, e trata todos de forma igual: com muita simpatia e hospitalidade! Sem cardápio fixo, a maré é quem diz quais serão os pratos do dia, e seu esposo é o principal responsável por proporcionar os peixes e mariscos fresquinhos.

Do mar para a panela!

Neste dia escolhemos uma moqueca de arraia. Dona Suzana sugeriu que ela fosse mista, com peixe, e acatamos a sugestão  Enquanto esperávamos a iguaria, tomamos umas cervejinhas (que estavam bem geladas) ao som do arrocha e das fofocas da vizinhança. O cheiro da moqueca já anunciava a maravilha que nos esperava, que chegou acompanhada de uma porção caprichada de feijão fradinho, arroz, farofa de dendê, e uma pimenta beeem saborosa. A porção serviu muito bem três pessoas famintas, e ainda sobrou! Queríamos levar o restante para casa, mas lá não tinha quentinha. E sabe quanto custou toda essa experiência gastronômica (moqueca + 2 Skol + Pepsi de 1L)? Apenas R$64!

Fartura e sabor

Após o banquete, fomos conhecer um pouco mais sobre a comunidade, e foi assim que chegamos até o presente da sereia, que é confeccionado com materiais biodegradáveis e ofertado em um ritual anual, todo fevereiro. Próximo ao local fica a Praia do Solar do Unhão, reduto da galera alternativa da cidade.

O presente da sereia

Como dica plus, sugerimos que  você visite a região num sábado, e assim poderá fechar este tour de forma especial: visitando o Museu de Arte Moderna (fica no início do principal acesso à comunidade). Além das exposições e de um pôr-do-sol magnífico, há a JAM no MAM, um dos projetos de jazz pioneiros na cidade!

A praia é frequentada pelos moradores e galera alternativa da cidade

13 Comments

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  2. julio costa do mUSAS

    larissa so uma coisa ali nao é a gamboa, existe a comunidade irmã dessa que realmente se chama gamboa, a painha nao é da gamboa mais sim do solar do unhao o nome dessa comunidade é comunidade do solar do unhao

    1. Larissa d'Eça

      Olá Julio! Realmente rola essa confusão, e quando fiz o texto procurei ter atenção quanto a essa diferenciação das duas comunidades. Hoje sei que a Praia não é da Gamboa, mas na época em que fiz o texto achei que era. Obrigada pela correção, editei o post! 🙂

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